Residir em grandes cidades e estar livre dos congestionamentos de transito é quase impossível. Qualquer cidade altamente povoada é fortemente atormentada por longas filas de trânsito automóvel e em Agosto de 2010, a cidade de Pequim entrou para a história mundial devido a um mega engarrafamento.
O congestionamento com mais de 100 quilómetros durou 12 dias e aconteceu na estrada que liga Pequim ao Tibete. A lentidão foi resultado dos trabalhos de manutenção da estrada, além do excesso de automóveis, somado a um número muito acima da média de camiões que, ironicamente, transportavam materiais que seriam usados em futuras obras de ampliação de estradas.
A velocidade média chegou aos 3 quilómetros por dia em alguns trechos do percurso e alguns motoristas demoraram 3 dias para conseguir sair do engarrafamento.
Ficar parado no trânsito pode ser uma das piores sensações do mundo, e de forma a avaliar o congestionamento de tráfego, o fabricante do sistema de navegação TomTom, desenvolve anualmente um índice que revelou que, em média, um motorista na China gasta o equivalente a 9 dias do ano (ou mais de 200 horas) preso no trânsito.
Há vários anos que os cientistas têm estudado os padrões de trânsito, tentando construir modelos matemáticos para conceber algum tipo de solução para os engarrafamentos.
Um deles é o físico Boris Kerner, pioneiro da teoria do tráfego trifásico, que analisou dados recolhidos de vários anos de tráfego ao longo das estradas da Alemanha e descobriu que o tráfego segue a física da auto-organização.
Este modelo separa o trânsito em três categorias: fluindo livremente, engarrafado, e um estado intermediário chamado fluxo sincronizado, em que “moléculas-carro” densamente reunidas se movem em uníssono.
Também existem os chamados “engarrafamentos-fantasma”, que não têm motivo aparente. Os mesmos não são causados por nenhum acidente, nem nenhum veículo parado, nem faixas fechadas. Eles acontecem quando há um grande volume de carros na estrada, e pequenas perturbações.
Estes estudos podem ajudar os engenheiros a criar estradas com capacidade suficiente para manter a densidade do tráfego baixa e minimizar a ocorrência de engarrafamentos.